Foguete Soyuz coloca satélites em órbita
- headnerd
- 27 de abr. de 2016
- 5 min de leitura
Um foguete russo Soyuz colocou na noite de 25/04, segunda-feira, dois satélites em órbita, um de observação da Terra e outro de física fundamental, informou a empresa Arianespace. O comunicado foi divulgado horas após o lançamento do foguete Soyuz do centro espacial de Kurdo, na Guiana Francesa.
O voo Soyuz VS14 - o primeiro de 2016 - colocou em órbita o satélite Sentinel-1B, do programa Copernicus da Comissão Europeia, que visa obter informação operacional sobre terras submersas, oceanos e a atmosfera terrestre com o objetivo de "determinar as políticas em matéria de meio ambiente e segurança", informou a Arianespace.
Com o Copernicus, "em menos de seis dias qualquer ponto da Terra" pode ser localizado, destacou a Arianespace.
O Sentinel-1B é o terceiro satélite lançado para o programa Copernicus, após o Sentinel-1A, em abril de 2014, e o Sentinel-2A, em junho de 2015.

O Soyuz também colocou em órbita o satélite Microscope (micro-satélite de resistência aerodinâmica compensada para a observação do princípio de equivalência), encarregado de comprovar, com uma precisão 100 vezes maior que na Terra, o princípio da equivalência entre massa inercial e massa gravitacional descrito por Albert Einstein.
O Soyuz também colocou em órbita três "Cube-Sats", nano-satélites em forma de cubo criados por estudantes europeus com base no programa "Fly Your Satellite", da agência espacial europeia, cujo objetivo é promover os talentos científicos.
A nave Soyuz, que em russo significa “união”, originou-se em um programa com o mesmo nome, desenvolvido pela extinta União Soviética, durante a corrida espacial pela conquista da Lua. Quando a União Soviética tornou-se a Rússia, a nave passou a servir seu programa espacial, e começou a ser usada em parceria com o ex-rival, Estados Unidos, em operações da Estação Espacial Internacional (ISS).

A Soyuz tem capacidade para três cosmonautas e é atualmente a nave espacial com maior período de uso na história da exploração espacial e considerada muito eficiente e segura, não ocorrendo acidentes fatais desde 1971, tendo tido seu primeiro voo tripulado em 1967.
Acredita-se que o principal objetivo do desenvolvimento da Soyuz seria levar homens para a Lua, embora a antiga União Soviética nunca tenha admitido a existência deste plano.
A nave Soyuz adaptada para executar a circunavegação da Lua, sem no entanto pousar no solo lunar, foi chamada Zond. A sua principal caraterística, em relação às outras naves consistia na substituição do módulo de reentrada por um módulo com vários instrumentos de medição.
Durante o longo período de uso da Soyuz, diversas versões foram desenvolvidas para atender necessidades específicas.
As versões atuais são basicamente três, Soyuz T, Soyuz TM e Soyuz TMA.
A versão Soyuz T voou pela primeira vez em 1980 e, desde 1986, foi introduzida a versão "TM". Esta versão foi especialmente desenvolvida para enviar as tripulações da estação espacial MIR. As modificações incluem uma série de melhorias no projeto da nave e a introdução de controle de voo computadorizados.
A Soyuz TMA-M é a versão mais recente. Ela visa atender as necessidades das missões conjuntas Estados Unidos-Rússia e permite uma tripulação de altura maior, com até 1,80m, possui um painel de instrumentos digital e um sistema de aterrissagem melhorado que utiliza foguetes para amortecer o pouso. É também utilizada como "bote salva-vidas" da Estação Espacial Internacional (ISS).
Existe ainda uma versão não tripulada da Soyuz, chamada Progress, que consiste em uma nave para envio de suprimentos, antes usada com a estação espacial MIR, e atualmente com a ISS. A capacidade de carga da Progress é de 2.230 - 3.200 kg.
A China, recentemente, enviou seu primeiro Taikonauta ao espaço, usando a nave Shenzou, que teve como base a Soyuz.
Para uma tão bem sucedida nave espacial, não se esperaria um início tão problemático como o da Soyuz. Sua primeira missão tripulada ocorreu em 23 de abril de 1967, tendo a bordo um único cosmonauta, Vladimir Komarov. Esta missão foi chamada Soyuz 1.
Foi planejado que a Soyuz 1 fizesse um rendez-vous (encontro em órbita) com a Soyuz 2, que seria lançada no dia seguinte, de onde dois cosmonautas passariam para a Soyuz 1 após um "passeio no espaço".

Devido a uma série de problemas técnicos, nada disto se realizou, e a planejada Soyuz 2 nem descolou. No final, a missão resultou na morte de Komarov na reentrada, pois seu paraquedas não abriu e a nave se espedaçou contra o solo.
Este acidente atrasou o programa Soyuz por 18 meses. Neste período foram tentados lançamentos não tripulados para verificar a confiabilidade do equipamento.
As missões tripuladas foram retomadas em 26 de outubro de 1968, com o lançamento da Soyuz3. No entanto, o programa espacial soviético já estava bastante atrasado, e não tinha mais condições de alcançar o programa espacial dos Estados Unidos.
O cosmonauta desta missão era Georgi Beregovoi, e sua missão era acoplar com uma Soyuz não tripulada (que recebeu o nome de Soyuz 2). No entanto, por falha humana, a acoplagem não foi bem sucedida.
O primeiro acoplamento do programa espacial soviético só ocorreria entre as Soyuz 4 e Soyuz 5, em janeiro de 1969. Nesta missão ocorreu a primeira transferência de tripulação da história da exploração espacial, onde dois cosmonautas da Soyuz 5, Yevgeny Khrunov e Aleksei Yeliseyev, trocaram de nave ("caminhando pelo espaço") e foram para a Soyuz 4, onde já estava o cosmonauta Vladimir Shatalov.
Na Soyuz 5, por sua vez, permaneceu o cosmonauta Boris Volynov, que acabou fazendo a reentrada mais estranha da história espacial, pois teve problemas para desacoplar o módulo de serviço e a nave reentrou na atmosfera em uma posição não convencional. Também devido a problemas no sistema de foguetes de pouso, a descida foi mais dura que o normal e Volynov quebrou um dente na colisão com o solo.
Na década de 1960, ainda ocorreu a missão conjunta Soyuz 6, Soyuz 7 e Soyuz 8. A Soyuz 6 tirou fotos da tentativa de acoplamento das Soyuz 7 e Soyuz 8. O acoplamento falhou devido a um problema na eletrônica de rendez-vous das três naves.
A última missão Soyuz foi a Soyuz 9 em1970.
Em 1971, ocorreu o último acidente fatal com a Soyuz. Após uma bem-sucedida missão de acoplagem com a estação Salyut 1, os três tripulantes da Soyuz 11 morreram asfixiados, durante a reentrada na atmosfera terrestre, a cápsula se despressurizou, e os cosmonautas, até então, não faziam uso de trajes espaciais.
Apesar dessa tragédia, o uso da nave Soyuz prosseguiu durante os anos 1970 e 1980, em um consistente conjunto de missões com objetivo de testar a capacidade humana em permanecer no espaço por longos períodos (projetos Salyut e Almaz). Este projeto culminaria com as missões Soyuz relacionadas com a estação espacial MIR. A primeira delas foi a Soyuz T-15, em março de 1986.

Em 1983, outro grande susto, o foguete que levaria a Soyuz T 10-1, pegou fogo ainda no solo, mas seus tripulantes conseguiram se ejetar dois segundos antes da explosão.
Também devemos lembrar a missão Soyuz 19 que acoplou com a Apollo 18 da Nasa em 1975.
Com o encerramento em 21 de julho de 2011 do programa do ônibusespacial (Shuttle) pela NASA, as naves russas Soyuz passaram a ser as únicas naves espaciais que servem a Estação Espacial Internacional, tanto levando astronautas, quanto mantimentos, usando uma nave Progress.
Fonte: G1 – Nasa – wikipedia
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